Anjo Mau - Milton Tiutiunic

Ler um conceito em um livro de teorias é uma coisa, viver uma teoria é outra! Nesse momento da minha vida o conceito de sincronicidade nunca fez tanto sentido. Tudo começou com a leitura de Zecharia Sitchin, e depois disso tudo convergiu para as teorias ufoarqueológicas. Quando comecei a leitura de Anjo Mau, do autor Milton Tiutiunic, da editora Schoba, eu não sabia o que iria encontrar, assim me deparar novamente com os anunnakis foi uma surpresa!

Quando Deus criou seu primeiro humano ele não acreditava que seus queridos anjos iriam ter problemas com sua criação, mas o ciúmes e a inveja despertada em seu ato fez com que um deles tramasse contra ele, e deste pequeno ato surgiu seu fiel inimigo que busca ao longo da linha do tempo agredir aquele que o fez mal. Deus tenta reparar, o anjo mau cai e trama novamente se levantar. Será essa a causa de um dos maiores crimes contra a humanidade, o nazismo?

Eu confesso que fiquei confusa com a leitura do livro, quando li a sinopse e vi a capa acreditava que tratava-se de um livro sobre alguma teoria oculta do nazismo, mas o livro na verdade é bem mais abrangente e tem diversos momentos. Primeiro temos um prólogo que narra a história de um homem desde seu primeiro aniversário até ser jovem adulto. Mas além de narrar fatos ele também explora o psicológico do personagem sobre sua não compreensão do comportamento humano, suas reflexões e comportamentos derivados destes que não são compreendidos por quem o cerca. Acho que perdi alguma coisa porque não consegui ligar esta parte ao resto do livro, tenho aqui uma suspeita, mas honestamente nada que me confirme ela.

Quando os capítulos começam são feitos em terceira pessoa, e são muito breves, alguns até chegam a ter apenas um parágrafo. A história começa com a criação do homem e sua companheira, e segue para a traição do anjo. Paralelamente surge a história de uma civilização do espaço, ele chega a chamá-los de anunnakis (entretanto até onde minhas leituras sobre o tema vão  os seres que Tiutiunic trabalha aqui não são o que os demais autores chamam de Anunnakis, visto que estes provém de Nibiru, e o autor trabalha com seres de Sirius). 

Outro ponto que me deixou confusa é que ele cita a civilização atlante, mas também diverge da informação que é divulgada pela maioria dos autores sobre a procedência destes (até onde sei eles vem do planeta Capela e não de Sirius). Entretanto como trata-se de ficção eu não sei se o autor quis mudar os dados de propósito ou tem algum outro embasamento a respeito, porque verdade seja dita nós apenas sabemos muito pouco destes seres do espaço.

O tempo passa, e da antiguidade ele passa direto para a época da segunda grande guerra, e essa transição de tempo foi um pouco abrupta, já que existe muito tempo entre os fatos. Com detalhes ele trabalha a teoria que explica porque Hitler criou o nazismo e agiu exterminando os 'não puros'. Seguindo para Guerra Fria onde a Rússia teria tido a mesma influência nas suas atitudes, por de trás de tudo isso temos os seres de Dendera que ainda frequentam a Terra, mas eles são pouco trabalhados.

O autor sem dúvida mostrou possuir conhecimento a respeito de diversas teorias e trabalhos importantes sobre o governo oculto e civilizações extraterrestres, mas senti falta de maiores informações sobre seu raciocínio a respeito, e fico me perguntando se quem não sabe nada a respeito do tema vai poder tirar o mesmo proveito do livro.

A narrativa do autor é bem elaborada, e ele tem uma boa escrita que vezes bate em uma escrita mais poética. O trabalho gráfico do livro, assim como sua diagramação ficou de excelente qualidade.

Anjo Mau é uma pedra bruta que tem muita para se tirar, narra os bastidores daqueles que buscam não dizer o nome. E o lembrete que fica é que a luz não existe sem as trevas, a dualidade é a unidade, o todo se faz da soma das partes e não na polaridade.