
Já se passaram alguns meses da
batalha de Endor que resultou na destruição da segunda Estrela da Morte. Mas o
que será que aconteceu após esse momento fatídico? Marcas da Guerra apresenta
os novos passos da Nova República (Aliança Rebelde), buscando os lugares que
ainda estão sobre o domínio do Império, além das tentativas do Império de se
reerguer depois da perda de seu comandante, Palpatine.
Um novo panorama galáctico surge,
o capitão Wedge Antilles chega a Akiva para investigar, mas é capturado pelo
Império, ao mesmo tempo em que a piloto Norra Wexley chega ao mesmo planeta
para buscar seu filho Temmin que está encrencado com criminosos. Paralelamente
Jas, uma caçadora de recompensas se esconde nas sombras em busca de seu novo
alvo dentro do Império, capturada pelos criminosos que procuram por Temmin
acaba conhecendo Sinjir, um ex-funcionário do império. Mas o que será que estes
personagens tão peculiares podem fazer quando se unem? A força rebelde terá
novos aliados? Ou o Império se beneficiará deste encontro?

Norra é uma piloto da Aliança
Rebelde, abandonou o filho com a irmã para se juntar a aliança e buscar pelo
marido. É destemida quando se trata de naves, mas um pouco contida quando em
terra. Seu maior dilema é continuar a lutar pelo que acredita ao mesmo tempo em
que estabelece novos laços com o filho. Suas ações se voltam em aceitar o filho
que encontrou e não o que deixou, assim como sua lealdade. Já seu filho, Temmin
cresceu independente com a marca da falta dos pais, assim acaba se aliando a
indivíduos com caráter duvidoso. A volta da mãe mexe com suas ideias, e ele
fica confuso quanto ao lado que deve tomar neste conflito já que a aliança
tirou seus pais dele, e ao mesmo tempo ele percebe que o Império não age de
maneira correta.
Ja, a caçadora de recompensas se
faz de durona, e demonstra apenas se importar com dinheiro. Mas nas horas
decisivas acaba por guiar suas ações em ajudar os que a cercam. Sinjir viu a
batalha de Endor de perto e no que ela resultou, isto o modificou
profundamente, ele já não se identifica mais com o Império, mas ao mesmo tempo que
não consegue ser ver como rebelde, este conflito o atormenta tanto que ele
tenta se isolar e viver com bebidas até esbarrar com todo o grupo.
Sloane, é uma almirante do
Império, seria a vilã, mas ela não tem exatamente a maldade clássica de um
vilão. Ela parece na verdade buscar seu lugar, fazer algo de certo no sentido
de bem feito, mas ao mesmo tempo ela apresenta alguns questionamentos sobre sua
posição. Isso a torna muito humana, e também muito similar aos jedis que acabam
por questionar a ética e a moral a todo tempo. Para mim a linha tênue entre o
certo e o errado, o bom e o mau é um traço marcante das narrativas do universo
Star Wars, e esse traço é muito trabalhado no livro em quase todos os
personagens que se perguntam se estão do lado certo da batalha.

A única falta que senti na
narrativa de Wendig são os detalhes, acho que a descrição é muito direta e
seca, e se tratando de diversidade maiores descrições ajudariam na visualização
de cenas, que acabam sendo ajudadas pelo que os filmes dão de background. Mesmo
assim suas ideias que no início da trama parecem não se encaixar se fundem em
um único caminho muito inteligente e nos prendem até o desfecho.
Marcas da Guerra auxilia e muito
na organização dos pedaços que se soltaram depois do episódio VI - O Retorno de
Jedi, nos brindando com cenas do que acontece depois do "felizes para
sempre". Com uma humanidade muito real, e questionamentos muito válidos é
uma aventura certa para os fã deste universo múltiplo e único.
Avaliação
Me amarro nestas coisas. Já li alguns livros de Star Wars, mas este ainda não foi um deles, só porque ainda não deu para comprar. Já está na lista de desejados e sua resenha só fez aumentar ainda mais a minha empolgação!
ResponderExcluirjoana.gabrielledealmeida@gmail.com