
No oitavo livro da série
conhecemos Alvo Severo Potter que tem que lidar com a difícil missão de ser
ninguém menos do que filho do grande Harry Potter. Para ajudar com a sua
reputação duvidosa ele se torna amigo de Escórpio Malfoy, filho de Draco
Malfoy, outra criança que sofre pelo pai que tem. Juntos ele buscam seu lugar
no mundo, e para isso irão trás de tentar consertar erros do passado, mas ao
mexer com o passado o futuro pode ser comprometer e as trevas ressurgirem!
O livro é uma edição do roteiro
de ensaio, ou seja, a narrativa são diálogos com breves descrições de cenas. A
estória é de J. K. Rowling, mas escrita para o teatro por Jack Thorne. Logo a
leitura é muito rápida e acessível, e pode causar estranhamento em quem nunca
leu peças de teatro, confesso que só li Hamlet, e minha experiência é baixa,
logo senti falta de descrições e maiores detalhes na trama.
Quanto a ideia da estória é
ótima, para quem assistiu Efeito Borboleta ou conhece a teoria, é nela que se
baseia toda a trama. Não a toa que dizemos que não podemos voltar a flecha
atirada, uma vez feito não existe volta, não importa quantas vezes tentamos, as
peças nunca mais se encaixam da mesma forma, ou ainda da forma que acreditamos
poder manipular. E Alvo e Escórpio descobrem isso da pior maneira.
Alvo, filho de Harry, é um jovem
muito chatinho, embora eu acredite que não seja fácil ser filho de Potter e
todo o legado que este deixou, ele também é uma criança muito difícil de lidar,
que não deixa claro porque afinal de tantos problemas onde não existe!. Ele
parte sem muita ideia em busca de uma missão, algo que o faça ser mais do que
filho de um grande homem. Esse surto dele é muito repentino e meio sem
densidade, soou um pouco forçado. O grande problema é que ele não é capaz de
realizar tão rápido o que seu pai levou anos para fazer, e os pés se enfiam
pelas mãos! Ele tem seu talento próprio, mas lidar com suas próprias sombras é
muito complicado.
Escórpio vive sob um boato sobre
seu nascimento, boato esse muito grave! É um jovem solitário, e muito
inteligente! É um excelente amigo para Alvo, e nada lembra seu pai, Draco.
Mesmo sem a mesma ambição do amigo ele o auxilia em sua missão suicida
simplesmente pela amizade. E é fundamental para o desenvolvimento da trama.
Gostei muito mais dele do que de Alvo.
Quanto ao Harry Potter
velho...não reconheci nele o jovem Potter! É como se de forma abrupta alguém
imaginasse como alguém que ainda não envelheceu fosse ficar daqui alguns anos.
E esse vão de anos fica claro, e para mim falho. O Harry que surge no livro é
mais inseguro, mais traumatizado e mais perturbado do que o jovem um dia foi. E
tenho dificuldade em crer que ele ficou assim, os dados deixados nos livros
anteriores não caminharam para isso! E acredito que essa falha se deva pelo
fato de como Rowling não ter ano a ano da vida dele detalhado. O autor tinha
que crescer com o personagem, envelhecer com o mesmo, e não imaginar como isso
seria, como ele seria.
Gina, a esposa de Harry, também
soou muito séria, ela sempre foi uma jovem muito vivida, e dada a aceitar as
loucuras de Harry. Hermione e Rony, também não me convenceram, e talvez você
possa pensar que eu tenha tido dificuldade em aceitar todos velhos e só isso,
mas refleti muito sobre, e não creio que seja esse o problema. Todos os
personagens sofrem dessa ausência de seus anos de experiência.Temos o que
aconteceu no passado, e o que acontece no presente do livro, mas o espaço
parece preenchido de ar, e não de vida e experiência. Não houve amadurecimento,
eu diria até que eles soaram regredidos.
E talvez você possa se perguntar
se o livro é ruim, não é, porque a concepção da estória é ótima, e no teatro
deve soar divertido. Mas diante de todos os detalhes e tramas do livros
anteriores pareceu apenas um sonho que Harry teve em alguma noite de sono, sem
muitas explicações e densidade. Queria saber mais de como ele se tornou adulto,
de como foi ter três filhos, e não a estória de não saber como é ser pai! Ele
enfrentou Voldemort, e não hesitou, e ele como pai parece Neville na
adolescência!
Me abstenho de notas, porque dar
três casinhas como leitora e crítica é magoar meu lado fã do universo Harry
Potter que deu todas as casinhas simplesmente por poder voltar para Hogwarts
que seja por uns instantes! Mas devo ser honesta o livro é para fãs, para quem
já leu os demais livros, mas para quem lê pelo entretenimento, e literatura vai
ser fraco e desinteressante.
Ah Rowling é pedir demais para
que você volte a escrever e nos contar como Harry se tornou adulto? Trabalhar
todos os resultados de salvar o mundo? Tanto há para se dizer, para se
trabalhar, e deixar que tudo se resuma em uma peça que apenas caminha pelas
bordas de uma estória tão rica?
Harry Potter e a Criança
Amaldiçoada é mágico porque volta para o mundo que amo, mas não é a volta que
eu esperava. Posso dizer isso sem medo já que acabei de reler A pedra
Filosofal, e sentir novamente como tudo começou e era! É leitura obrigatória
para os fãs, mas esteja preparado para ficar com gosto de quero mais, como se
fosse apenas uma degustação do que poderia ter sido e não do que é!
Fiquei pensando no HP mais velho.
ResponderExcluirAcho que realmente foi uma falha, como vc disse...
Muito pelo contrário, o que sempre gostamos nele foi a energia e coragem.
Ou será que com isso a idéia é mostrar que a vida vai "moldando" as pessoas assim, independentemente de quem sejam? :/
Consegui imaginar tudo tudo com o que escreveu :)
Adorei!
:* :* :*
Adoro Harry Potter!!! Tô louca para ler esse livro.
ResponderExcluirGostei da resenha! achei muito sincera e diferente do que li em outros blogs, muito legal vc separar o lado fã. Amei Bruna!! Parabéns!!!