Embora boa
parte do que leio sejam livros de séries raramente consigo ler os próximos
volumes, seja porque eu não tenho a continuação, seja porque ela não foi
lançada. E verdade seja dita eu gosto também de transitar entre mundos, e não
ficar muito tempo presa em lugar nenhum. Mas quando surgiu a oportunidade de já
ler o segundo volume da série Artemis Fowl, Uma Aventura no Ártico, do autor
Eoin Colfer, publicado pela editora Record, eu não me fiz de rogada e parti
para a leitura.
Embora
continue conseguindo dinheiro Artemis ainda não conseguiu encontrar seu pai.
Obcecado pela busca ele está investindo seu tempo e dinheiro para encontrá-lo.
Pronto para ir a Rússia atrás de uma pista, ele acaba sendo convocado pelo
seres feéricos para ajudá-los em uma missão, e acaba também encontrando ajuda
em sua busca. Em uma jornada de tramas políticas e poder, Holly, Artemis,
Butler e Comandante Raiz viajam pelas entranhas da terra para descobrir quem
está por trás de uma rebelião de goblins, e ao mesmo tempo resgatar o pai do
menino.
Neste volume
conhecemos com mais detalhes os goblins, criaturas mais rústicas e ignorantes,
conhecidas por serem burras e incapazes de criar um plano sozinhas. Elas são
usadas pela mente criminosa como massa de manobra, mas sua falta de
inteligência acaba sendo sua falência.
Em
comparação com o livro anterior Fowl está bem mais introvertido e calado,
podemos atribuir isso a dois fatores, primeiro ele está ficando mais velho e
ganhando um pouco de conhecimento. Segundo como a aventura envolve seu pai isso
o deixa mais vulnerável emocionalmente, afinal por mais que ele seja um gênio
ainda é um jovem de treze anos que não sabe se o pai está vivo.
A interação
do grupo, Holly e Comandante Raiz com Artemis e seu guarda-costas Butler é
bastante interessante, já que existe um equilíbrio entre os personagens, o que
possibilita agirem bem juntos. Os duendes acabam por ver o lado mais humano de
Fowl que era tido por eles antes como alguém terrível e sem coração. Já o
menino começa a respeitar mais o mundo das fadas, já que começa respeitar e
admirar seus integrantes.
O livro se
demora para revelar todos os lados da trama, a narrativa é feita em terceira
pessoa por uma testemunha ocular, que narra sob diversos ângulos os
acontecimentos, as vezes até mais de uma vez o mesmo trecho da estória para que
possamos ter uma ampla visão de tudo. Embora detalhada em seu desenrolar achei
o desfecho um pouco simplista, especialmente no trecho que se refere ao pai de
Artemis.
Gosto muito
de como Colfer desenvolve seu mundo das fadas, criando diversas classes de
criaturas com características próprias e até idiomas, como é o caso do centauro
Potrus que usa a língua de seu povo na sua tecnologia. Alias essa é uma
característica forte dessa série juntar alta tecnologia com tradições deste
povo pequeno.
Os vilões da
estória são interessantes, e um deles está ligado ao livro anterior. Convencem
e desenvolvem muito bem seus planos. Mas sofrem da terrível ânsia por
conquistar o mundo, não uma parte mas todo o mundo, dos homens e das fadas, e
claro tanta ganância nunca acaba bem!
Uma Aventura
no Ártico é um livro ágil e o objetivo, com uma fantasia acessível e que
continua seu crescimento em cada passagem. Nos brinda com um bom
desenvolvimento sem demandar muito do leitor. A série toda já está publicada no
Brasil, sua continuação é Código Eterno.
Avaliação


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